"Os tecidos são agregados ou grupos de células organizados para desempenhar uma ou mais funções específicas" (ROSS; PAWLINA, 2012).
Os tecidos são agrupamentos de células e componentes extracelulares que se organizam para desempenhar uma determinada função. Apenas quatro tipos básicos de tecidos formam a estrutura dos órgãos que vão compor cada sistema de um organismo. Os tecidos básicos são:
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TECIDO EPITELIAL;
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TECIDO CONJUNTIVO;
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TECIDO MUSCULAR;
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TECIDO NERVOSO.
Nesta página vamos descrever as características e funções do tecido epitelial. Para compreender a descrição dos demais tecidos, acesse as páginas referentes à esses temas. (Clique nas setas para visualizar as descrições).
O tecido epitelial é um dos 4 tecidos que compõem nosso organismo. É um tecido avascular composto de células que cobrem as superfícies corporais externas e revestem as cavidades fechadas internas (incluindo o sistema circulatório) e os tubos corporais que se comunicam com o exterior (tratos gastrointestinal, respiratório e geniturinário). O epitélio também forma a porção secretora (parênquima) das glândulas e seus ductos. Além disso, células epiteliais especializadas funcionam como receptores para sensações especiais (olfato, paladar, audição e visão).
As células que compõem o epitélio são muito próximas umas das outras e apresentam uma de suas superfícies livres. Em geral, apresentam três características principais:
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Estão intimamente apostas e aderem umas às outras por meio de moléculas de adesão intercelulares específicas, que formam junções celulares especializadas;
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Exibem polaridade funcional e morfológica e as diferentes funções estão associadas a três domínios de superfície morfológicos distintos.
Sua superfície basal está fixada a uma membrana basal subjacente, uma camada acelular, rica em proteínas e polissacarídeos, demonstrável à microscopia óptica com o uso de métodos histoquímicos.
1. Polaridade Celular
Sabendo que as células epiteliais podem exercer diferentes funções e especificidades, elas apresentam polaridades diferentes em cada superfície. Esta polaridade é caracterizada pelas propriedades bioquímicas que estão relacionadas ao arranjo e composição intracelular.
Na polaridade existem diferentes funções associadas a três domínios de superfície morfológicos distintos: um domínio de superfície livre ou apical, um domínio lateral e um domínio basal. As propriedades de cada domínio são determinadas por lipídios específicos e proteínas integrais da membrana.
Entenda um pouco sobre cada domínio CLICANDO nas setas pretas da imagem!
2. Junções Intercelulares
Você sabia que grande parte das células precisam ser mantidas unidas para formar os tecidos?
A maioria das células epiteliais e algumas células nervosas e musculares são unidas firmemente em unidades funcionais. As junções ou adesões intercelulares são pontos de contato entre as membranas plasmáticas das células.
Quer saber mais sobre os variados tipos de junções intercelulares? CLIQUE nas setas pretas presentes na imagem abaixo e encontre vários conceitos!
3. Tipos de Tecidos Epiteliais
De acordo com as características e o arranjo de suas células e sua função predominante, os epitélios são diferenciados em dois grandes grupos: epitélios de revestimento e epitélios glandulares. Segundo Junqueira e Carneiro (2024), essa divisão é um pouco arbitrária e tem finalidades didáticas, pois há epitélios de revestimento nos quais todas as células secretam (p. ex., o epitélio que reveste a cavidade do estômago) ou que têm células glandulares espalhadas entre as células de revestimento (p. ex., as células caliciformes produtoras de muco no epitélio dos intestinos e da traqueia).
A classificação dos epitélios leva em consideração a quantidade de camadas sobrepostas e o formato das células do estrato (camada) superficial. Dependendo da sua localização, cada conjunto de células epiteliais exerce uma função em cada estrutura, tais como secreção, absorção, transporte, proteção e recepção. A morfologia do tecido está intimamente ligada à sua função.
Para facilitar o seu entendimento elaboramos uma tabela contendo essas duas classificações, confira logo abaixo!
OBS!!! Dependendo da morfologia da célula, um terceiro fator pode ser utilizado para a classificação do epitélio. Alguns tipos de epitélio apresentam especializações de membrana apical, tais como cílios, estereocílios, microvilosidades, e até mesmo a presença de proteínas, como a queratina.
4.1. EPITÉLIOS SIMPLES
O epitélio é simples quando apresenta somente um estrato ou camada. Ele é classificado apenas pelo formato das células da sua única camada, podendo ser:
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Epitélio Simples Pavimentoso: quando as células têm um aspecto de pavimento ou achatadas. Sua largura é maior que sua altura.
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Epitélio Simples Cúbico: quando as células têm formato de cubo. Sua altura e largura são semelhantes.
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Epitélio Simples Colunar (Cilíndrico ou Prismático): quando as células têm formato de cilindro ou de colunas. Sua altura é maior que a largura.
4.2. EPITÉLIOS ESTRATIFICADOS
O epitélio é estratificado quando é composto por mais de uma camada. Quando ele se apresenta dessa forma, você classifica o tecido levando em consideração o formato da célula que está na superfície do epitélio, ou seja, em contato com a área livre (cavidade) ou lúmen do órgão, e assim poderá classificá-lo em:
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Epitélio Estratificado Pavimentoso: quando as células superficiais têm um aspecto de pavimento ou achatadas. Esses epitélios podem apresentar uma camada mais ou menos espessa de queratina na sua superfície e, por isso, são adicionalmente classificados como:
Queratinizado: a camada de queratina presente nesse epitélio fornece grande proteção e impede a perda de líquido, por exemplo na pele.
Não queratinizado: sem presença de queratina no estrato superficial.
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Epitélio Estratificado Cúbico: quando as células superficiais apresentam formato cúbico.
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Epitélio Estratificado Colunar (Cilíndrico ou Prismático): quando as células superficiais apresentam formato de colunas (são mais raros).
ATENÇÃO!!!
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4. Classificações do Tecido Epitelial
(Tabela elaborada pelos autores do site com base no livro JUNQUEIRA E CARNEIRO, 12º edição)
SUGESTÃO DE VÍDEO AULAS - TECIDO EPITELIAL 1 E TECIDO EPITELIAL 2 - Ministradas pela nossa profa. Dra. Luciana Valente Borges
4.3. EPITÉLIOS PSEUDOESTRATIFICADOS (são simples especiais)
Parece um epitélio estratificado porque observamos núcleos em várias alturas parecendo apresentar várias camadas. Porém, embora algumas células não alcancem a superfície livre, todas repousam sobre a membrana basal. Dessa forma, os epitélios pseudoestratificados são, na verdade, epitélios simples. As células desses epitélios apresentam-se tão justapostas que comprimem umas as outras empurrandos seus núcleos para diversas alturas. A distribuição do epitélio pseudoestratificado é limitada no corpo. Além disso, frequentemente, é difícil discernir se todas as células estabelecem contato com a membrana basal. Por esses motivos, a identificação do epitélio pseudoestratificado geralmente depende de saber o local em que ele costuma ser encontrado.
4.4. EPITÉLIO DE TRANSIÇÃO (estratificado especial)
É um termo utilizado para nomear o epitélio que reveste o sistema urinário inferior, estendendo-se desde os cálices renais menores até a porção inicial da uretra. Também conhecido por urotélio, é um epitélio estratificado com características morfológicas específicas que possibilitam a sua distensão, dessa forma, podemos observar esse epitélio apresentando-se em várias alturas dependendo do volume de urina em dado momento. Pelo mesmo motivo, as células do epitélio de transição podem apresentar diversas formas, desde cúbicas, globosas e colunares, a achatadas.
5. Epitélios Glandulares
Além do epitélio de revestimento acima citado, há um grupo específico com função de secreção de substâncias importantes a fim de manter a homeostase corporal, o epitélio glandular. As glândulas surgem a partir da invaginação do epitélio de revestimento em direção ao tecido conjuntivo subjacente. Uma vez que haja essa invasão, estas células epiteliais são estimuladas a se diferenciar em células secretoras de determinados produtos.
Classificação das glândulas quanto à comunicação com o meio externo:
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Exócrinas: durante a embriogênese mantém a comunicação com o meio externo. Contém ductos que conduzem a secreção às cavidades corpóreas ou para a superfície corpórea. As glândulas salivares e sebáceas são exemplos de glândulas exócrinas. Estas glândulas possuem uma porção secretora, constituída de suas unidades funcionais – as células secretoras - e uma porção excretora, constituída pelos ductos excretores. Os ductos de algumas glândulas podem alterar a constituição do fluido produzido por elas.
As glândulas exócrinas podem ser subclassificadas:
1. Quanto à morfologia e organização dos ductos excretores, que podem ser simples ou compostas: as glândulas simples possuem um único ducto excretor que não é ramificado, já as glândulas compostas apresentam ductos ramificados.
2. Quanto à organização de suas unidades secretoras: que podem ser tubulosas(organizadas em forma de tubo)ou acinosas ou alveolares (em forma semelhante a cachos de uvas).
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Endócrinas: não possuem ductos excretores, pois despejam seu conteúdo no interstício adjacente. Os produtos são absorvidos pelos vasos sanguíneos locais e são carreados para os tecidos alvo.
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Parácrinas: as células liberam o seu produto no interstício, onde existem outras células sensíveis ao conteúdo secretado que respondem a esse estímulo.
Classificação das glândulas quanto à maneira que o produto é secretado, as glândulas podem ser:
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Merócrina: o produto é secretado via exocitose. A membrana da vesícula se funde à membrana da célula.
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Apócrina: o produto é liberado via vesícula formada por fragmento de membrana plasmática junto com uma pequena quantidade de citoplasma celular glandular.
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Holócrina: a célula sofre apoptose e libera o produto no interstício.
SUGESTÃO DE VÍDEO AULA - EPITÉLIO GLANDULAR - Ministrada pela nossa profa. Dra. Luciana Valente Borges
(Figura retirada de JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2013)
Exemplos de Epitélios Glandulares
Glândulas Unicelulares
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